Por RAFAEL MORETTINI
Nesta quinta-feira, o Atlético-MG venceu o São Paulo por 2x0, em jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, no estádio do Mineirão.
A partida foi um verdadeiro massacre por parte do time mineiro, que logo aos 3 minutos do primeiro tempo marcou com Diego Tardelli.
O que se viu a partir daí foi o mesmo filme triste que persegue o tricolor paulista desde o começo do ano. Um time que não consegue armar uma jogada sequer e que está virando saco de pancadas dos adversários.
Assistir uma partida inteira do São Paulo Futebol Clube em 2009 é algo de incrível. Quem cumpre tal feito deveria ganhar prêmios.
A não ser por um fato isolado ocorrido aos 20 minutos do segundo tempo no jogo de ontem, esse sim marcante.
A torcida do galo lotou o Mineirão com mais de 54 mil torcedores, estava em festa pela boa campanha do Atlético no Brasileirão e por conta da derrota do rival Cruzeiro na Libertadores.
Cantou o jogo inteiro, mas na metade da segunda etapa cometeu um ato terrível, vergonhoso, digno de punição se a gente vivesse num país sério.
Com a entrada do jogador sãopaulino Richarlyson no lugar de Zé Luis, os mineiros passaram a gritar em uníssono: "Bicha! Bicha! Bicha!". E continuaram a cada momento que o jogador pegava na bola ou sofria faltas.
Homofobia é crime! Está na Constituição Federal do Brasil de 1988:
Art. 3º - Inciso IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Os comentaristas do Sportv, obviamente, ignoraram o ocorrido.
Os cronistas esportivos, pode apostar, também o farão no dia de hoje.
É um verdadeiro absurdo que em 2009 ainda existam atos repudiáveis e escrotos como esse.
Há exatas três semanas, todos comentaram a ridícula atitude racista por parte da torcida gremista no Olímpico.
As pessoas sabem que racismo é crime, mas ainda fingem achar que homofobia não é.
É algo bonito você se mostrar homofóbico na sua rodinha de amigos.
Para quem não se lembra, o jogador Richarlyson já passou por outras situações parecidas com essa.
Inclusive pela própria torcida sãopaulina, que não grita seu nome nos jogos.
Em 2007, o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr., afirmou em programa de tv que o jogador era homossexual.
Richarlyson o processou.
O juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho arquivou a queixa-crime com a justificativa de que "futebol é varonil, não homossexual" - eu ainda me espanto toda vez que leio isso.
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que os termos da sentença foram impróprios e "puniu" o juiz: ele não poderia ser promovido num prazo de 1 ano.
Ou seja, ele continuou julgando casos, trabalhando.
Atitudes como essas, do juiz, do órgão, dos comentaristas e críticos esportivos, dos cartolas e de todas as pessoas que, teoricamente, deveriam ser aptas pra assumirem essas funções, só difundem a idéia no torcedor (esse sim, gado, que gritaria até contra a própria mãe) de que homofobia é algo bacana.
Não é!
Racismo é crime. Homofobia também.
http://mtv.uol.com.br/malapreta/blog/racismo-é-crime-mas-homofobia-pode
5 comentários:
É inacreditável, mas real ver que o esporte que deveria servir para unificação dos povos é palco de preconceitos tolos.
Oi aline, tamo ae, nosso banner ja esta la na nossa pagina, quando tu tiver o teu me avisa la no blog :D
http://www.oncecaldassm.blogspot.com
Que triste que o futebol um momento de euforia e algria para a população de todas as classes, cores, sexos, credos e por que não também de orientações sexuais seja palco de coisas como essa. É lastimável.
O futebol era para unir classes e povos, independente de sexo,cor,raça e opção sexual. Triste o que acontece na realidade. Gostei do blog! E tou seguindo
foda neh.. como torcedor do galo sinto vergonha por isso... mas esse n é caso isolado.. sempre acontece! e não é apanágio da torcida do galo... a homofobia n tem time..
triste!
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